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Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Visita à minha terra, Portugal !

As saudades que eu já tinha da minha alegre casinha, tão modesta como eu…” É inevitável não pensar como a letra desta música dos Xutos e Pontapés se adequa ao momento.

Faz uns meses que não pisávamos chão lusitano, por isso ver o sol pela janela do avião e sentir o trem de aterragem agarrar chão, foi celebrado por lágrimas. "Chegamos a casa", apesar de esta na realidade se encontrar ainda há alguns quilómetros de distância.

Estamos há meses a adaptar-nos diariamente a um novo idioma, uma nova cultura, uma nova forma de fazer, de socializar, novas leis e burocracias,… E chegar a “casa” é sentir que falar, socializar, fazer transacções é tão natural como respirar.

Entramos no avião, com um céu carregado de nuvens, chuva e frio que parecia que as orelhas nos iam cair a qualquer momento, saímos e fomos recebidos por um sol bonito e temperatura agradável. “Assim nada pode correr mal”, pensamos.

 

Não é bem assim, infelizmente.

Começa com a saída do aeroporto. Não há indicação onde esperar a carrinha da empresa que nos levará a recolher o carro que alugamos on line. Depois de muito perguntar, um funcionário de outra empresa indica-nos onde esperar pela Drive and Go. Chega atrasada. O funcionário que faz o transporte é Fantástico (o melhor de tudo o que pudemos conhecer da empresa, que não preencheu os requisitos mínimos).

É este mesmo senhor que há nossa chegada faz a melhor observação acerca do Portugal actual: Portugal tem tudo de melhor: comida, clima, hospitalidade, paisagem, estruturas, … Tudo menos dinheiro.”

A experiência de levantamento do carro é péssima e diz mal das empresas portuguesas ligadas ao turismo, logo ali ao lado do aeroporto, porta principal do país.

Primeiro os funcionários demonstram má vontade, falta de profissionalismo. O cliente é uma entidade que eles dispensavam bem, se o dinheiro chegasse de outra maneira, é a sensação que passa.

Não era preciso sorrisos rasgados, bastava que as respostas às perguntas que lhes são colocadas não parecessem favores feitos de má vontade. Só lhes estão a pedir esclarecimentos pelos quais pagam e não a julga-los.

Para juntar a isso, aparecem as surpresas: as taxas que não apareceram no site da “Auto Europe” e que aparecem nas letras pequenas (para diminuir a hipótese de desistência), do voucher impresso da empresa que realmente faz o aluguer.

Se é verdade que receberam 45€ extra valor do aluguer, com uma desculpa esfarrapada para cobrar tal taxa, não deixa de ser verdade que comigo e com os meus conhecidos não ganham nem mais um cêntimo.

As empresas, ainda não entenderam que a sustentabilidade não está nos “truquezinhos” contratuais (que aceitei por pressa), e sim na qualidade real do serviço.  

Para juntar a esse pequeno episódio, deram-nos um carro com mais de 5 anos, cuja “saúde” questionamos o tempo todo, e ainda quando o devolvemos tivemos de voltar a pé para o aeroporto carregados com malas e crianças, porque apesar da taxa extra não disponibilizaram o transporte. Uma vergonha e uma experiência a não repetir

 

O tempo agradável é um excelente postal de visita do país. As noites ainda estão frias, o tempo instável, mas mesmo assim apetece andar na rua.

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 Imagem "Carleenallen"

 

A primavera está exuberante, e as flores e os verdes começam a cobrir a paisagem, tornando tudo mais agradável à vista.

 

Ver a minha casa de novo, redescobrir os mil pormenores e histórias com que está feita, foi uma emoção. Apetece não ter de voltar a ir embora.

 

Visitar a família, os amigos é estranho, bom, cansativo e queremos repetir. Meia dúzia de dias não dá para visitar todos, ir a todos os lugares, e comer tudo o que queremos, mas vale a pena.

A família organiza os cardápios para que possamos rever os sabores mais tradicionais. A avó faz a sopa de feijões ao lume, os sogros cozem o bacalhau, os amigos servem os ovos-moles, e… não sabemos como agradecer a todos tanta hospitalidade e carinho. MUITO OBRIGADAAAA, mais uma vez.

 

Adorei visitar o meu país, testemunha do meu crescer. Apesar de que notei que é um país de gente exausta: desde os tristes que me atenderam na empresa de aluguer de carros, à operadora do supermercado, no café/pastelaria,… Nota-se cansaço no contacto, alguma irritação, falta de paciência. Se tivesse sido com uma ou duas pessoas, seria algo pessoal, mas foi algo que se notou contacto após contacto.

 

Outra coisa que notei foi os telejornais repletos de histórias de violência macabra. Recordei o tempo (não há assim tanto) em que enchiam os seguimentos com histórias do Big Brother e derivados, e outras “chouriçadas” e agora voltam a estar repletos de horror rotineiro.

 

No dia anterior, a seguir viagem para voltar à minha nova casa fora da fronteira lusitana, vemos que um malogrado avião A320 da Germanwings, que fazia a ligação Bacerlona-Dusseldorf, se despenhou nos Alpes Franceses. É impossível, não pensar o que se passa que nos últimos anos é só notícias de aviões a cair?

Foram 150 vidas ceifadas. Força a todos os próximos que lhes sobreviveram, porque o momento não é fácil.

 

Com esta notícia, o pânico foi-se instalando nos nossos familiares próximos, que só voltaram a respirar normalmente, após o nosso telefonema a avisar: “Chegamos e correu tudo normalmente”.

 

Nem tudo normalmente, porque o avião em que viajávamos era do modelo A320, e por mais racional que eu seja, não consegui ignorar esse facto durante a viagem. Mantendo-me mais atenta que o normal, apesar de saber que isso não iria mudar rigorosamente nada se acontecesse alguma coisa. Não aconteceu, e aqui estou a partilhar a experiência.

 

Adorei visitar Portugal, quero voltar e voltar. Com mais tempo. Visitar os que não visitei desta vez. Repetir a visita aos que já me receberam. Ir aos sítios que eu ainda não fui, e revisitar os que já conheço. Voltar a comer os sabores da minha terra, que só depois de sair daí é que percebi como são únicos e maravilhosos. Falar a língua portuguesa, que tanto prazer me dá. Conviver com a hospitalidade e disponibilidade que só os portugueses têm, e que infelizmente se está a perder nas camadas mais jovens.

E principalmente, desejo voltar e reencontrar o país feliz, que se queixa de banalidades por desporto que um dia já fomos.

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