A escola e as sociedades. Porque é “de pequenino que se torce o pepino”.
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FÀBULA DO RATO E DA RATOEIRA
A galinha, que estava a cacarejar, levantou a cabeça e disse:
– Desculpe-me sr. Rato, eu entendo que para si é um grande problema, mas a mim não me prejudica em nada.
O rato repetiu a história ao porco.
– Desculpe-me sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Esteja tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.
O rato dirigiu-se à vaca e repetiu a história.
– O quê sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do agricultor.
Na próxima vez que ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se: quando há uma ratoeira na casa, toda a quinta corre risco.
(Autor desconhecido)
Os nossos antepassados descobriram que tinham muito mais a ganhar se formassem sociedades do que se tentassem enfrentar o mundo por sua conta.
Isto fez todo o sentido e passados milhares de anos de história da humanidade nós continuamos a usar o modelo. Mais elaborado, extremamente complexo mas continuamos a precisar de viver em grupo para sobreviver. E o grupo tem de tomar conta dos seus indivìduos.
Por exemplo:
Para que o Sr. Dr. Advogado se possa dedicar à sua arte e fazer um bom trabalho, ele tem de contar com alguém que tire as batatas da terra para o alimentar e que lhe mantenham a casa e a roupa limpa. Se não contasse com isto ou morreria de fome ou de uma infecção e não poderia dedicar-se ao seu trabalho com a dedicação que lhe dispensa por saber que alguém se preocupará com o resto.
O mesmo se aplica ao agricultor que se dedica a tirar da terra o Pão nosso de cada dia para distribuir por todos, sabendo que outros se dedicarão a construir as máquinas que precisa.
De nenhuma forma estamos isolados, e ninguém nesta cadeia de relações é mais importante do que outro.
Isso só é possível porque se continua a explorar a ignorância alheia.
E neste aspecto as escolas têm um papel fundamental ao ajudarem a formar os cidadãos de amanhã. Mas as escolas precisam de bons profissionais para formar bons cidadãos. E precisam de serem tratadas com respeito e não da forma desordenada e caótica como acontece hoje em dia, no nosso país. E adoraria dizer que a culpa é do governo e do ministro Catro. Dá sempre jeito colocar a culpa neles.
Mas eu não acredito que a culpa seja só dele e do governo actual. Acredito que o problema já vem detrás, dos que impuseram os moldes actuais de contratação, dos que não puseram a mão no ensino superior para evitar a profissionalização de pessoas que não tinham capacidade para exercer a profissão: professor.
E também deste sindicato que está sempre contra qualquer alteração aos direitos “mal” adquiridos dos professores, mas que medidas e soluções concretas apresentam para solucionar o problema? Ainda não vi nada.
Se não faz nenhum sentido andar a enviar professores do Algarve para Braga, também não faz sentido nenhum estarmos a pagar ordenados acima da média a professores com horários zero.
E quem anda na escola, ou andou no meu caso sabe que se tropeça em profissionais excelentes mas também em profissionais que estariam bem a despachar num escritório mas que não têm nenhuma vocação para ensinar.
Ensinar implica gostar da matéria que se estudou e estuda mas também e principalmente gostar do contacto humano e ter uma certa empatia para perceber como é que o que estamos a transmitir chega ao outro.
E se espreitarem para uma sala de aula, na maioria das vezes o que vão ver é o professor a debitar matéria e os alunos conformados. Se perceberem tudo bem, se não no final do ano a escola dá um jeito à nota para não ficar mal no quadro nacional. Crêem que é este o objectivo da escola, crêem que este deve ser o exemplo.
Por estes motivos, e até solução melhor eu sou a favor que se passe o crivo nos profissionais do ensino (e aos outros sectores também, sou a favor da liberdade mas quando estamos a falar de campos que implicam na liberdade de outros tem de existir supervisão).
À falta de melhor proposta a mim parece-me que prestar prova de conhecimentos gerais e específicos é uma ideia razoável e devia ser transversal a todos e não só aos mais novos. Creio que a prova nestes termos actuais, perde credibilidade e utilidade.
Em relação aos concursos, por favor repensem porque não fazem sentido. Os professores são pessoas, muitas vezes com famílias e não tem sentido andarem de casa às costas.
Volto a falar que durante a formação académica dos jovens devia existir um acompanhamento mais eficaz das suas reais competências. Desta forma poderão ser encaminhados para uma profissão por gosto e vocação e não porque era o sonho do avô, ou porque toda a gente da família tem por tradição, ou por achar que este curso é a forma mais fácil de tirar um curso superior e quiçá um dia ser respeitado por isso e fazer dinheiro (quimeras que custam caro ao Estado Social).
Pessoas felizes são melhores profissionais.
Da mesma forma que a sociedade precisa de todos os seus elementos para não perecer, o ser humano também precisa de se sentir bem em todas as suas facetas para ser feliz e produzir.
Mais pessoas felizes contribuem para uma sociedade melhor.