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Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Falemos da consulta externa e das novas tecnologias

Em 2004 fui diagnosticada com Doença de Cronh, o que me salvou a vida. Parece um paradoxo, mas não é. Eu estava a morrer sem tratamento, porque ninguém sabia o que eu tinha, até que fui internada nos HUC no quinto andar. Mesmo que seja uma doença que na época não tinha muitos tratamentos, saber do que se trata permitiu salvar-me. A partir daí, de 6 em 6 meses, tenho de ir à consulta externa, pelo menos quando me encontro em Portugal.

Com a consulta novamente à porta, ao passar os olhos pelas notícias surgiram-me algumas reflexões. Com tanto marketing às supostas maravilhas da "Inteligência" Artificial, por que é que esta ainda não resolveu o problema das escalas médicas? Acusam-se os doentes de acudir aos hospitais quando deviam ir ao centro de saúde e com isso impossibilitar o normal funcionamento das unidades, mas será realmente culpa do doente desesperado por uma solução?

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Quando tenho de fazer tantos kilómetros, faltar a compromissos profissionais por horas, gastar combustível, portagens, parque de estacionamento e sei lá que mais, para ficar horas sentada numa sala de espera abarrotada de gente a sentir-se mal, para depois ser chamada, trocar meia dúzia de palavras com o médico que seguem o mesmo guião e voltar para casa, fico a pensar na utilidade dessa viagem.

Em 2004, tinha todo o sentido ocorrer dessa forma, porque não contávamos com as ferramentas que existem nos dias que correm. Mas continuarmos em 2024 a agir como se nada tivesse mudado, parece-me cegueira ou incompetência. As duas assustam-me.

Estas consultas externas de vigilância não se podiam resolver por vídeo chamada? Em vez de 4 ou 5h, perdíamos 30m. O médico fazia as perguntas que achasse necessário, pediria os exames que fossem precisos e vida que continua. 

Mas é por causa da proteção de dados, dizem-me vocês. E eu pergunto: Será? Afinal, não andam a privatizar os hospitais, neste caso, quem assegura que o acionistas destes lugares não vão usar tais dados contra nós? E, a lei de proteção de dados vigente em Portugal é a mesma da UE, e a prática das video chamadas é corriqueira em território francês, por exemplo. Os franceses só vão encher salas de espera em caso de doença aguda que precise de observação médica (nem enchem, porque existe uma secretária que organiza bem a agenda para que isso não ocorra). Então, pelo lado da Proteção de Dados não é.

Pode ser preciso exames, insistem. Se for previsível, o médico passa a credencial, dirigimo-nos ao local para fazer o exame e no dia da consulta apresentamos. Se não for previsível, fazemo-lo e depois enviamos e se houver necessidade o médico marca nova consulta.

Há uma questão com os exames médicos em Portugal que me irrita: Por que razão é que os exames não são sempre entregues ao doente? É o nosso material, somos nós que pagamos e temos direito a segunda opinião, o que fica um pouco invalidado se não nos dão os exames como se faz no resta da Europa.

Se realmente houver necessidade de observação direta, aí mantém-se a consulta presencial. Ou no caso de pessoas mais velhas que estão sós e não se manejam bem com as novas tecnologias. Porém, a possibilidade de vídeo chamada resolveria muitos problemas, e libertaria os espaços em volta dos hospitais que estão sempre cheios de automóveis. Com 1.77m de altura e 46kg na altura, já tive de caminhar mais de 1km debaixo do sol para depois subir ao 5ºandar para ter uma consulta, porque nãoo havia onde estacionar por perto. A mim custou-me imenso, imagino quem está pior que eu nessa época.

Com isto, gostaria de levantar uma reflexão sobre o estado das coisas. Somos bombardeados com notícias sobre a gestão hospitalar como se tudo o que ocorre fosse uma fatalidade qua temos de aceitar. Mas na realidade há soluções simples, que se fossem aplicadas fariam toda a diferença. O investimento é mínimo, porque a maioria tem computador ou telemóvel e nos hospitais não faltam equipamentos. 

Hoje contamos com vídeo chamadas, sites com listas de médicos de todas as especialidades onde se pode marcar consulta, ter a consulta, receber a receita, a credencial e até a baixa médica e enviar os exames (em Portugal não, mas na Europa existe, pesquisem. Por exemplo, Doctolib), e temos a IA's a prometer milagres (mas só brincam aos artistas), assim que, com bons gestores há solução.

Não faltam ferramentas, será é preciso coragem política para não fazer o que os privados pretendem: acabar com a nossa saúde, criando doentes crónicos para assegurar uma renda que vai direta para os seus bolsos. Não acreditam? Estudem o que se passa nos EUA, o que se passa na realidade, fora do marketing de Hollywood.

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