O génio de um autor de Guiões para Telenovelas! Parte 2/2
... (Continuação)
“Yo Soy Betty, La Fea” de 1999.
O grande êxito de Fernando Gaitàn poderia ter sido um tremendo fracasso. A história arrisca tudo, fugindo a todas as fórmulas e afastando-se de todos estereótipos.
A começar com a protagonista: é feia.
Uma telenovela não se faz sozinha é preciso uma equipa. Uma grande equipa. O resultado é a soma do talento de todos e Fernando Gaitàn contou com gente muitíssimo competente para levar ao ecrã o seu texto. Contou com Mário Rivero na direcção a comandar “as tropas”, com Ana Maria Orozco e Jorge Enrique Abello a darem vida de forma brilhante aos seus personagens protagonistas e encabeçando um elenco “gourmet”:
- Lorna Cepeda é inesquecível com a sua “Patrícia Fernández, “la peliteñida” (a cabelo pintado), cheia de vontade de “crescer” apoiada num qualquer marido rico;
- Natalia Ramìrez no papel da antagonista “Marcela Valencia”, “la novia oficial” (a noiva oficial), empresta-lhe uma humanidade que se torna impossível odiá-la.
- Ricardo Vélez no papel de “Màrio Calderòn”, “el amigo” (o amigo do protagonista), forma uma dupla com Jorge Enrique Abello com uma química que nos faz gostar de os ver, só para os odiar.
- Màrio Duarte e o seu “Tomàs Moura”, o amigo feio e nerd de Betty. Aqui a dupla do actor com a actriz Ana Maria Orozco também funciona muito bem. Apesar de serem vizinhos na história funcionam como se fossem irmãos.
- Jùlian Arango como o criativo “Hugo Lombardi” consegue ser odioso com o seu preconceito contra a fealdade, ao mesmo tempo que nos vai ensinando que se pode viver feliz sendo diferente. O mundo não tem nada a ver com isso. O “costureiro criativo” é homossexual e vivi-o com naturalidade.
- E “El Quartel de las Feas”, o grupo de secretárias fofoqueiras que vão mantendo a empresa a funcionar no meio das peripécias que ocorrem. O grupo é formado pela gordinha “Bertha de Gonzàlez” (actriz Luces Velàsquez) e mostra-nos a luta das pessoas fora das “medidas padrão”, a senhora de idade “Inesita” (a consagrada actriz Dora Cadavid) que nos mostra a dedicação ao trabalho como forma de fugir à solidão, a solteirona alta “Sandra Patiño” (actriz Marcela Posada) que nos oferece outra perpectiva de como estar no mundo quando não se nasce dentro dos “padrões” estabelecidos, a mãe solteira irresponsável “Aura Maria” (actriz Stefanìa Gòmez) que nos deixa entrar na realidade de muitas mulheres que não conseguem amadurecer e tornarem-se adultas, a divorciada amargada “Sofìa” (actriz Paula Peña) e a sua luta para criar os filhos e fazer o ex-marido participar nessa responsabilidade que é dos dois e a negra “Mariana” (actriz Marìa Eugenia Arboleda) que nos oferece uma visão sobre a vida quase “transparente” de uma pessoa de cor.
- E os personagens que representam os papás de Betty mostram-nos a parte mais tradicional e costumes do país Colombia: “Don Hermes Pinzòn Galarza”, “el papà” (actor Jorge Herrera) e “Dueña Julia Solano de Pinzòn”, “la mamã” (actriz Adriana Franco). Ele é duro e rígido com as regras e valores, a mamã mais doce, mas submissa.
Todos estes personagens contribuem directamente para o desenrolar da história, mas muitos outros passaram por aqueles cenários.
Uma vez instalado o êxito internacional, o autor quis agradecer de alguma forma ao público que parava de fazer a sua vida para se sentar religiosamente a acompanhar a história. Encontrou no convite a “personalidades” desses países que assistiam a “Betty” a forma de o fazer. Seria uma loucura nomeá-las a todas mas ficam aqui algumas: Taís Araújo, a actriz brasileira apareceu em alguns episódios como convidada. Cantores como Franco de Vita (venezuelano), Armando Manzanero (mexicano) e Ricardo Montaner (venezuelano), modelos, apresentadores e etc…
Inclusive o Presidente da República da Colômbia nessa altura, o Sr. Andrés Pastrana Arango, aparece nas cenas gravadas durante as cerimónias da “Miss Colômbia”. Evento com alguma importância para o povo colombiano.
O início arriscado da obra:
O projecto arrancou com baixo orçamento e num horário discreto durante a tarde. Todos os envolvidos tinham consciência que se tratava de um risco.
A história contava com uma anti heroína: contra tudo o que se tinha feito até aí esta protagonista era feia e desajeitada. Com um anti galã: o protagonista tem o aspecto de um homem comum e cuidado e está cravejado de defeitos ao contrário dos “príncipes” apresentados nas histórias contadas e transmitidas até essa altura.
Ao telespectador foi deixado o papel de juiz. Os personagens foram apresentados e levados por um caminho de crescimento onde errar estava permitido, cabia ao telespectador julgar quem era quem na história.
E contra todas as espectativas iniciais e em resposta aos desejos mais profundos dos que deram a cara pelo projecto, os telespectadores logo percebem o seu papel e se pegaram ao ecrã da Tv.
O sucesso foi tanto que a política do país chegou a interferir na história. Fernando Gaitàn viu-se a corrigir a história do suborno que Betty recebe a pedido do corpo político do país, que não quis ver a mais nova heroína do povo a dar maus exemplos.
Contam que há hora da transmissão da novela, reinava a paz: porque até as FARC paravam para ver.
A história:
Arranca quando o Presidente da empresa de modas, “Ecomoda”, resolve reformar-se. A Presidência é disputada pelo seu filho Armando e por Daniel filho do seu falecido sócio. A disputa é ganha por Armando com um plano de negócios arriscado, que só é validado pelas suas artes sociais e pelo facto de Marcela, a sua noiva o ajudar com o seu voto.
Entretanto, farta de ser rejeitada pelo seu aspecto físico, Betty resolve candidatar-se ao cargo de secretária que fica disponível em “Ecomoda”, apesar de ter qualificações para mais. Envia a candidatura sem foto e consegue a entrevista.
É do encontro destas duas circunstâncias que nasce a história.
Marcela sempre desconfiada da fidelidade do noivo e com alguma razão, quer colocar a sua amiga Patrícia como secretária, porque isso permitira mantê-lo controlado. Armando percebendo a jogada da noiva faz o que pode para escapar e contrata Betty.
Neste jogo nenhum ganha realmente e Armando vê-se com duas secretárias: Patrícia, a loira de pernas espectaculares com seis semestres de finanças na San Marino (como não se vai cansar de repetir ao longo da história) e a feia e tímida Betty que tem um currículo invejável.
No início, a história centra-se na adaptação de Betty que com sua falta de sentido estético se enfrenta ao mundo da beleza e da moda.
Aqui vai ganhar a amizade do auto denominado “Quartel das Feias”. O grupo de secretárias da direcção da empresa que fazem da fofoca um desporto encabeçado por Berta, a gordinha. Este grupo é responsável por muitas gargalhadas ao longo da história.
E devagarinho vai recebendo o apoio do seu chefe directo, o Doutor Armando Mendonza. Ele defende-a das constantes humilhações que ela vai recebendo e ela vai-se demonstrando uma empregada leal e preparada. A relação chega ao ponto de Betty ajudar o chefe com os seus jogos de infidelidade. Betty torna-se indispensável para ele com o seu trabalho e amizade descomprometida, para desespero da noiva.
No meio deste convívio Betty apaixona-se pelo chefe, mas não se ilude. Betty conhece a realidade e sabe o lugar que ocupa, sabe ao que pode e ao que não pode aspirar. Armando constrói uma amizade com ela, uma amizade egoísta que é a única forma que conhece, mas é uma amizade.
Com o passar do tempo tornam-se uma “máquina cúmplice” que vai dirigindo a empresa. Ele com as suas loucuras, apoiadas pelo seu amigo Màrio Calderòn e ela tentando manter tudo a funcionar desde a sua oficina escura, situada num recanto da oficina do Chefe.
Quando o plano de negócios dele mostra que não tem pernas para andar, ela é incapaz de o deixar pagar as consequências dos erros que cometeu e tenta ajudá-lo. Aqui, começam os problemas.
Junto com ele, Betty vai tentando fazer o melhor que sabe para levar tudo a bom porto. Ele encontra-se sob muita pressão e no meio do desespero não reconhece a força que move a sua fiel assistente: o amor de Betty por ele.
É por este amor não correspondido que Betty, na sua inexperiência começa a aceder a cometer loucuras como maquilhar balancetes e relatórios financeiros para ganharem tempo nas reuniões directivas.
Ela tem consciência do que está a fazer, mas escolhe esse caminho. O autor é brilhante ao não deixar a personagem como uma coitada vitima das circunstâncias e sim, alguém que faz uma escolha consciente.
Tudo poderia ter corrido bem, não fosse o constante aumento de stress de que Armando e Mário vão sendo vítimas à medida que os problemas se instalam. Devido à sua inexperiência e principalmente à sua megalomania e incapacidade de reconhecer que erraram no caminho, vão acumulando erro após erro.
Vendo que a situação lhe está a fugir do controlo, Armando constrói um Plano para salvar a empresa dos credores. E para isso conta com Betty, como sempre.
Ela é incapaz de lhe falhar e aceita participar. Criam uma empresa no nome de Betty com a qual pretendem criar relações comerciais, para terem uma forma de tentar salvar a empresa “Ecomoda” em caso de embargo bancário.
Video no Youtube do canal de Viviana Luz Rojo.
Tudo faz sentido, porque Betty já lhe provou a sua lealdade e ainda goza de credibilidade no mercado financeiro. Mas, aqui entra a paranóia de Mário que não consegue confiar em Betty e começa a soprar no ouvido de Armando, acabando por minar a confiança dele. Para ajudar Mário a plantar a desconfiança em Armando, contribuem uma série de factores que ocorrem mais ou menos ao mesmo tempo e que analisados pela perspectiva do medo e do stress levam a um resultado desastroso.
Todos esses acontecimentos têm um nome: Nicolàs Moura. O amigo de Betty, que apenas a tenta ajudar e apoiar, começa a surgir nas conversas da empresa como noivo dela (por culpa desta que para não ficar mal perante as amigas inventa essa história). Daí a que a cusquice chegue aos ouvidos de Mário e Armando é um instante. Soma-se o facto de ficarem a saber que Betty colocou o Nicolàs, a gerir a empresa que criaram para salvar “Ecomoda” e o problema instala-se. Paranóicos com a situação, não se lhes ocorre mais nada do que fazer com que Betty se apaixone pelo chefe para a manter do seu lado. O que eles desconhecem é que não precisavam de se dar a tanto trabalho. Armando acede com repulsa ao plano e começa a colocá-lo em prática com acções que levam a situações muito divertidas, mas também muito tensas.
No processo, Betty apesar do esforço para se manter desperta e realista, acaba completamente enredada no sonho. Armando sem se dar conta vai acabando por se apaixonar por aquela mulher que mais não faz que viver por ele e para ele. Esta relação põe em causa os valores morais de cada um, quando existe oportunidade de viver o sonho. O autor nunca perde o norte à história e vamos vivendo este amor e os dilemas que criam em ambos os personagens como se fossemos nós naquela situação.
A cena em que Betty descobre os contornos em que começou aquela relação é dura. Nós padecemos o sofrimento com Betty, ficamos devastados apesar de sabermos a verdade desde o início. Nessa noite, ela escreve no diário e essas palavras ficaram-me na memòria:
“La que escribe hoy este diario es un compendio de varios pedazos de lo que fue una mujer. Hoy entiendo que mi vida no es más que un ciclo donde la tragedia se me repite de una manera cada vez más cruel. Es como si no hubiera aprendido de mis dolores, de mis muertes pasadas. Ya no tengo alientos para resucitar; no vale la pena. Y no solo por que el hombre de mis sueños se me convirtió nuevamente en mi verdugo y me condenó otra vez a la soledad y el dolor...”
Nesta altura da história o autor volta a surpreender: nós imaginamos a Betty a sair discreta e sofrida da empresa e a Armando a ser convencido por Mário a continuar com o plano para que ela lhe devolva a empresa, que entretanto foi embargada pela empresa que criaram em nome de Betty.
Não. Betty sofre muito, mas resolve vingar-se. Uma atitude não aceitável a uma heroína. Nós reprovamos e apoiamos a decisão num misto de emoções.
Inteligente, Betty apercebe-se da fragilidade do Chefe e passa de manipulada a manipuladora, deixando Armando perto da loucura. Existe uma cena em que Nicolàs lhe diz:
“- Betty, feia e mandona é abuso!” (Muito bom).
Armando, completamente perdido entre o que sente e o que acha que deve sentir, tenta convencê-la que a ama ao mesmo tempo que tenta esclarecer o que se passa consigo mesmo. Não consegue admitir para si mesmo que tudo o que diz e faz em relação a Betty é amor de verdade.
Para ela tudo passa a ser motivo de desconfiança e já não consegue acreditar nele. O desespero vai tomando conta de Armando à velocidade em que se vai dando conta dos seus sentimentos. Num dos últimos postais que lhe escreve diz:
“No me culpe por lo que hice...
ni me culpe por lo que soy...
apenas soy un reflejo de lo que usted produce en mí,
de sus enigmas, de sus rechazos, de la zozobra en que me mantengo;
me parece que usted no escuchara mi grito desesperado,
parece que no le conmoviera ver... que la amo...
¿acaso no le importa Betty?
Vea, tampoco me pida que sea indiferente cuando usted anda con él,
no me pida que no me convierta en una tempestad,
que no pierda la calma cuando sé que la están arrebatando de mi lado ¡no lo soporto!...
aún la considero mía...
a pesar de la distancia, no me culpe porque este sumido en este túnel, profundo y oscuro,
no veo por donde queda la salida.
Devuélvame sus besos, dígame que es mía de nuevo, déme la paz...
Betty... la amo.
Armando Mendoza.”
Outro grande momento da novela é a reunião da direcção em que farta da situação Betty resolve contar tudo a todos. Ela autodestrói-se e leva-o junto com ela. Ele descobre que por pior que esteja a sua vida a única coisa que importa é que ela esteja a seu lado. Tarde demais.
Ela foge. Ele cai no “abismo”.
Mas, a empresa com os seus funcionários continuam aí, o mundo não pára. Quando Armando dá tudo como perdido surge uma oportunidade: a empresa precisa que Betty volte. A Betty que regressa já não é a mesma que saiu. Todos ficam desconcertados: o jeito tímido, a voz, o aparelho dos dentes estão lá, mas a atitude mudou.
Armando não a conseguindo convencer do seu amor, resolve dar-lhe espaço na esperança de ter tempo para a reconquistar. Acontece que uma série de acontecimentos apimentados pela desconfiança anteriormente implantada afasta-os cada vez mais. Quando percebe que a pode perder para sempre, desesperado apodera-se do diário dela. Lê-o numa das cenas mais sofridas do personagem e resolve fazer a última tentativa antes de se afastar de vez.
Não lhe corre bem. Betty não consegue confiar nele e os dois decidem afastar-se do cenário que os uniu. Marcela a eterna noiva de Armando assume finalmente a derrota. E num ato de amor sem precedentes vai falar com Betty, para lhe contar a história em que Betty foi protagonista apesar de não o saber.
O que tem esta história para tanto impacto?
Na minha opinião, o que nos agarra é a semelhança com a nossa realidade de todos os dias somada à curiosidade em ver se o amor é possível a pessoas que não correspondem ao padrão. Fernando Gaitàn consegue que o telespectador se identifique, porque descreve situações reais do dia-a-dia e torna os personagens próximos à realidade de todos nós. Todos temos qualidade e defeitos, todos enfrentamos o mundo com essa carga, vamos fazendo escolhas e assumimos consequências. O autor não usa os repetidos recursos “telenoveleiros” dos irmãos perdidos, dos homens presos com uma gravidez falsa, e etc… Ele conta-nos histórias através de vivências e escolhas rotineiras, permitindo-nos sonhar e aprender.
Betty foi vivida por Ana Maria Orozco que lhe emprestou fragilidade com personalidade. Nós vamos acompanhando as mudanças da personagem e entendendo as suas escolhas mesmo quando não concordamos. As mudanças vão ocorrendo, não são bruscas.
Armando foi vivido por Jorge Enrique Abello, que lhe empresta presença e uma neurose irrepetível. Armando começa a novela com o mundo na mão passa pelo fundo do poço e começa o processo de recuperação da sua vida com as lições aprendidas.
A vida não os poupa para os ensinar.
Nós amamos a Armando com Betty e odiamos a Armando junto com ela.
A antagonista sofre e nós sofremos com ela, entendemos “o porquê” das suas piores atitudes, a razão das suas escolhas. Não é má porque sim, é apenas humana. E paga o preço por querer controlar demais ou simplesmente porque não tinha de ser.
É uma Telenovela para ver e aprender. Vemos como se dirigem os negócios na cúpula da empresa, o papel das secretárias, as limitações das inteligências quando não são bem orientadas, o poder das equipas, descobrimos o mundo da moda e as suas ramificações e a sua importância na economia do país. Tudo isto é nos dado a saber ao mesmo tempo que acompanhamos as peripécias humanas de cada personagem. E descobrimos uma Colômbia de gente trabalhadora e sonhadora.
Como qualquer boa história com sucesso, “Yo soy Betty la Fea”, não gerou sempre consensos. Teve interferência do poder político, existiram os que acreditavam que Betty devia perdoar a Armando e os que eram contra isso.
Contra o perdão de Betty a Armando ficaram as feministas, fartas de ver histórias a dizer que as mulheres precisam de um homem a seu lado para serem felizes.
Creio que o autor conseguiu manter-se fiel à história que quis contar para além das polémicas. Não estou de acordo com a classe mais feminista, não creio que o fato de Betty perdoar a Armando seja mais uma prova de inferioridade da mulher. Na história faz todo o sentido, existir perdão perante tamanha lição de vida que ambos tomaram. E que seguir juntos pela vida em pé de igualdade é uma escolha.
Eu acredito na igualdade de direitos e não no fato que o homem e a mulher são iguais. Para mim nem sequer existem duas mulheres iguais, apenas defendo os mesmos direitos para todos: independentemente do género, raça, idade, …
O que poderia ter sido melhor conseguido, foi a transformação física de Betty, acho que se deu numa amplitude demasiado elevada. Eu teria transformado menos a personagem fisicamente.
“Hasta que la plata nos separe” de 2006.
Repete a fórmula dos trabalhos anteriores dando-nos a conhecer o ambiente e o trabalho dos vendedores. A história ocorre à volta de um stand de automóveis, mostra-nos como são as rotinas de um grupo de vendedores e as suas estratégias para alcançar os objectivos.
E ao mesmo tempo vivemos os dramas do protagonista “Rafael Mendez” (interpretado por Victor Hugo Cabrera) para sustentar a família e viver o seu amor com “Alejandra Maldonado” (interpretada por Marcela Carvajal), a sua chefe.
Estes dois personagens vêem a sua vida cruzar-se num fatídico acidente de automóvel. E vemos como às vezes tentar ajudar o próximo pode ser uma fonte de problemas. Génio!
É por trabalhos como estes, que eu defendo que a telenovela pode ser mais que um mero produto de entretenimento. Estes produtos podem ser excelentes veículos de cultura, ajudando os telespectadores a aprender ao mesmo tempo que assistem estas histórias que permitem desenvolver assuntos com muito mais pormenor que o cinema, por exemplo. Para quem não pode ir ao cinema ou não consegue ler um bom livro, poderia ter uma boa alternativa.
Só é preciso apostar na qualidade.