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Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Não podem os "analfabetos" ter acesso à cultura ?

Tropeço muitas vezes em críticas à programação televisiva. Muitas dessas criticas são um "papagueado" de frases repetidas até à exaustão, percebendo-se pela ausência de argumentos que se fala sem se saber bem do quê. E tentar arranjar soluções e alternativas, aquilo que criticam, então é sonhar alto demais. O que é estranho numa altura em que todos falam de criatividade.

 

Não sei se é pela “falta de tempo” que entrou na moda há uns anos, ou por preguiça as pessoas deixaram de interpretar o que vêem, o que ouvem e o que lêem. Fazem leituras diagonais, tiram duas ou três frases chave e estão prontos para opinar. Os textos deixaram de ter utilidade, o que conta são frases (a digestão é aparentemente mais rápida). Mas adiante.

Imagem no site Veja.

analfabetismo.gif

Portugal é um país de gente envelhecida. Os jovens, ou foram embora, ou estão ocupados a estudar, ou andam a trabalhar. Dedicam pouco tempo à televisão. No geral, a audiência televisa são pessoas com pouca ou nenhuma escolaridade.

Analisando por esse ponto de vista, não faz sentido o tipo de programação escolhida e praticada pelas televisões?

 

"A televisão portuguesa é só novelas", dizem. E eu tenho de concordar. Mas não está de acordo à audiência que têm?

 

A novela é um produto cultural de “digestão” fácil: imita a vida, não é preciso saber ler, não é preciso saber idiomas, não é preciso entender conceitos matemáticos e satisfaz a vontade de "coscuvilhar" sem consequências, visto que se trata de ficção.

 

Ler implica saber o alfabeto, que se entendam conceitos muitas vezes mais complexos que os usados na rotina diária e é preciso dedicar tempo à leitura.

 

Ver um filme, implica algum conhecimento geral que complete com a nossa imaginação o que o autor e realizador apenas sugere naqueles minutos de cena. Ler ajuda nesse processo.

 

Uma peça de teatro custa dinheiro e deslocações.

 

Ouvir música, implica alguma identificação com o som e letra sugerida. A maioria das letras são demasiado líricas e metafóricas para mentes menos treinadas. Por isso percebo que as letras simples da música “pimba” façam tanto sucesso entre a população portuguesa.

 

Sobra pouco de produtos culturais para consumo desta maioria populacional.

 

As novelas são uma boa alternativa. Muitas vezes mal aproveitadas, apesar de que tem existido um esforço bem conseguido, em termos de qualidade. As histórias ainda seguem muito os enredos típicos: filhos desaparecidos, conflitos familiares, o eterno combate entre bons e maus, etc…

Pode-se fazer mais e melhor, basta colocar os olhos no continente sul-americano que tem uma indústria "brutal" neste sector para perceber que histórias como “Yo soy betty la fea” ou “Lalola”, saiem dos esquemas normais noveleiros e mesmo assim conseguem audiência e o mais importante causar impacto, ao mostrarem as formas do preconceito de forma tão directa e genial. Principalmente divertem e fazem questionar/pensar.

 

Outra crítica que fazem é aos programas de generalidades que ocupam todos os canais de manhã e à tarde. É verdade, não há paciência. Mas que tipo de público têm? Sim, velhinhos e donas de casa que vêem ali a única forma de ficar a conhecer coisas sobre a actualidade, sobre cuidados médicos, sobre fofocas, etc…

 

Aos que têm a sorte de poder variar os produtos culturais e acessos à informação através dos seus vários canais criticam esta forma de televisão. Para mim também não é a Tv que eu gosto de assistir, dou graças pela existência (ainda) do Canal 2 que sempre desenjoa com outro tipo de programação. Sim, porque me recuso continuar a pagar com 3 dias de trabalho, uma box que só assistia 1 ou 2 horas por semana (nem o que gravava, acabava por assistir). É muito caro, para o que realmente usufruía.(E um aparte: não entendo o porquê de tão caro. Se comparar com os preços praticados no resto da Europa onde se praticam ordenados bastante mais apetecíveis).

 

Mas dizia, nós que lemos um livro, vemos um filme, pegamos num jornal ou revista, exploramos a internet, … criticamos o que nos parece ser Tv básica e repetitiva.

Mas quantos de nós já parou para pensar: porquê? E a quem se destina?

Não poderíamos ter uma programação mais atractiva aos jovens e consumidores de cultura em geral?

 

Acredito que sim, mas para isso é preciso educar as audiências ou ter audiências educadas.

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Nós (portugueses), educamos milhares de jovens, e há um par de anos atrás mandámo-los sair do país. Imigrar. Eles foram. Agora, consomem cultura noutros países e em outros formatos. A Tv emite para os que ficaram.

Não entendo, esta ideia de querer um país a produzir, se não tem quem consuma.

Queremos sacar sumo, a uma árvore que já não tem fruta.

 

Imagem no site WikiHow.

 

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