Reflexões sobre as eleições que ocorreram ontem...
"Se há um idiota no poder, é porque os que o elegeram estão bem representados" - Aparício Torelly, o Barão D’Itararé (Jornalista e Humorista brasileiro)
Estas eleições eram difíceis, as alternativas não convenciam. Acho que ganhou aquele que ao povo pareceu "mais confortável", afinal já se conhecem as linhas que definem este governo.
Os portugueses adoram o sacrifício conhecido, a dor já sentida (é o fado), não entendo como um dia, este povo se atreveu a entrar em mares nunca antes navegados. Releio a história e fico convencida que estão a falar de outros povos, de outras gentes. Não podem estar a contar a história de portugueses corajosos, porque o português que conheço actualmente, na sua grande maioria, sofre de medo paralisante perante algo que desconhece que pressente estar mal.
Acho que acabamos por ter não o que precisamos, mas o que merecemos por evitarmos as lutas até ao final. E se calhar isso está bem! “Que se yo!” dizem os espanhóis e não deixam de ter razão.
O que salva estas eleições e que os elegidos podem não gostar muito, mas a mim descansa-me um bocadinho é que não conseguiram a tão desejada “maioria absoluta”.
Imagem no blog "Da velha Albion ..."
Nunca me fez sentido, ter uma assembleia cheia de deputados (pagos a peso de ouro) quando os assuntos a discutir já estavam aprovados à partida. Não me parece democracia e sim uma “espécie de ditadura”, por causa do “sentido de voto” e todos aqueles outros procedimentos que condicionam a verdadeira liberdade tanto no hemiciclo como no território. Acho que esse procedimento facilita a “corrupção” e a “negociata”.
E estas privatizações express, são fruto desses procedimentos e da falta de procedimentos legais que “responsabilizem por má gestão”. Afinal a má gestão mata: mata pessoas nos hospitais por falta de cuidados, condena pessoas por falta de educação, mata pessoas por não conseguirem aceder a bens básicos, e etc… E matar é crime, aqui e no mundo todo.
Os políticos gerem o dinheiro de todos, que é muito fácil de obter basta inventar taxas e impostos e muito fácil de “gastar”, afinal não dão contas a ninguém. O povo não tem rosto.
Espero que o governo minoritário tenha mais dificuldades para fazer as vendas do património público da forma que o faz. Não queremos que empresário como o dono da “Altice” que comprou a PT e que diz publicamente que não gosta de retribuir na forma de salários o que os trabalhadores lhe dão na forma de trabalho continue a comprar no nosso território.
Esperemos que com o poder mais dividido exista mais transparência. Que o resultado do trabalho que se faz no governo e no parlamento seja mais adequado à realidade em que vivem os cidadãos portugueses e menos virado para uns “supostos” mercados que mais se parecem a um casino, onde se joga com a sorte através da especulação, só que nos governos usa-se o dinheiro dos outros.
De qualquer das formas acredito que o futuro vai ser muito parecido ao que se viveu até agora: continuar a empobrecer a maioria e a enriquecer uns poucos “sortudos”.
O povo encontra-se como este Zé Povinho da imagem: resignado de mãos nos bolsos. Que pena!
Espero estar redondamente enganada!