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Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Falências com direitos milionários…

Depois de ler a notícia no Expresso/Economia “Salgado triplica pensão para 90 mil euros por mês”, da qual destaco:

“…resultou do colapso do Banco Espírito Santo. Na altura, Bento limitou as pensões de antigos gestores, o que fez com que Ricardo Salgado passasse a receber uma pensão mensal de 29 mil euros. Só que tudo mudou entretanto.

Um parecer do Instituto de Seguros de Portugal, que regula os fundos de pensões, citado pela TVI, diz não haver razão legal para o teto imposto por Vítor Bento. Daí resulta que não só todos os gestores têm direito a receber uma pensão mais elevada, como ainda receberão retroativos.” – por Pedro Santos Guerreiro no Expresso.

 

Desde o mais profundo da minha indignação, digo-vos:

 

Larguem as enxadas, parem as máquinas e desçam do camião, porque o que realmente funciona é "ser incompetente" e ter contacto directo com a política. Para quê esforçarmo-nos com outra coisa?

Coloquemos aí toda a nossa energia: na incompetência, na falta de empatia, na falta de solidariedade (a maior empresa do mundo, a Coca Cola e a BMW aparecem depois no ranking das mais lucrativas), na falta de critério,...  

 

Ensinam-nos que é preciso trabalhar para ganhar dinheiro, mas depois os exemplos reais contradizem anos de educação e estudo.

Se seguirmos os exemplos reais que nos dão as mais “altas” figuras da nação e do mundo, todos teremos muito dinheiro. Claro que ele não servirá para nada, afinal sem ninguém que cultive a terra não se come, sem ninguém que controle as máquinas não se processa comida, e sem ninguém que a transporte não chega a lado nenhum, mas afinal os recompensados são os que não fazem nada disto.

 

E todos estamos vivos e somos “espertos”. Os “espertos” são recompensados. Assim todos serão recompensados. Ou não? (Silogismo puro, em linguagem popular “lògica da batata”, não interessa de onde e como surgem as premissas, apenas que faça sentido.)

 

Estou indignada. Chego a pensar mãezinha, que cometeste um erro terrível na minha educação: esforçaste-te para que eu fosse honesta e responsável. CREDO!

 

Este senhor mencionado na notícia está a ser alvo de um processo judicial para avaliar as condições em que deixou um Banco ir à ruína. Não estão a investigar possibilidades de má gestão, estão a investigar a má gestão: o banco faliu, é um facto. Os prejudicados foram muitos.

Imagem do site "movenoticias".

corrupcao-344x400.jpg

Existem pessoas que ficaram sem as poupanças de uma vida inteira, os contribuintes viram a sua contribuição fiscal ser aumentada por erros como este, a população portuguesa, para salvar bancos e gestores incompetentes, viu a saúde, a educação, a justiça e a sua segurança afectadas.

 

Podem dizer que ele ainda não foi considerado culpado? Podem, é verdade (e tendo em conta o que demora em Portugal a justiça, ainda vamos esperar e pagar o luxo de ter um guarda à porta da gaiola dourada). Mas não faz nenhum sentido, julgar que um senhor sentado na presidência de um negócio que faliu, não tem culpa. O banco FALIU, essa é a evidência. Se estava nesse lugar e não sabia de nada, então que devolva todos os salários que recebeu, porque não estava lá a fazer nada. 

 

Diz a notícia, que quem paga estas pensões é um “Fundo de Pensões do Banco”. Ok! E onde estava este fundo na hora de colmatar os disparates destes gestores privados? Se o fundo tem para pagar reformas milionárias e imerecidas (basta consultar os resultados), porque é que passaram a factura ao contribuinte? (Sabemos porquê, mas deixo as questões para reflexão).

 

Eu vi as reformas das pessoas que me rodeiam serem diminuídas e elas nunca estiveram num lugar de decisão (tiveram a inteligência de perceber que não era o seu lugar sem prejudicar uma nação inteira, ao contrário deste ramalhete de gestores que são alvo de investigações judiciais em Portugal. Saber admitir que não se está à altura é louvável e útil à sociedade). Pelo contrário trabalharam e contribuíram com esse trabalho, para que a comida chega-se à casa de todos. Eu vi os cuidados médicos serem retirados a pessoas doentes, vi crianças a serem castigadas durante as refeições com menos comida na mesa, vi famílias abdicarem de si mesmas para conseguir qualquer trabalho mal pago que pudessem, vi gente fazer milagres com menos de 500€ por mês.

Tudo muito honesto, louvável e irreconhecido. Os sacrifícios são suportáveis em conjunto e ficam maravilhosos nos livros e filmes, mas na vida real desta forma, são apenas injustos.

 

Sabemos que uma sociedade não funciona sem duas coisas:

  • Uma maioria de pessoas honestas;
  • E gente que trabalhe o básico: produzir, processar e distribuir

Mas algo ocorre que eu não entendo. Juro que lhe ponho vontade, para tentar entender “como?” chegamos a um ponto em que um sítio privado, onde as pessoas centralizam o seu ganho por questões de segurança, se tornou um “papão” com direito a regalias desproporcionais, apesar de não ter obrigações nenhumas (fazem de conta que têm, mas na realidade usam a “lei” para contornar qualquer obrigação)? Como?

 

Só encontro uma explicação: andamos distraídos e manipulam muito bem a nossa ignorância.

 

Complicaram a linguagem para que pareçam muito inteligentes, quando em vez de dizerem “a soma desta taxa com este custo é…”, nos dizem “a TAN é…”, mas é apenas para nos confundir. E conseguem.

Na verdade, tudo aquilo que se fala em “economês” se pode traduzir em linguagem popular acessível, mas aí perdia-se o “glamour” e a possibilidade de manipulação.

 

Outra coisa que me preocupa nesta notícia, apesar de não ser uma exclusividade (é mais uma moda actual), é a facilidade com que se transformam leis, se ajustam ordens, se mudam decisões. Causa uma sensação de instabilidade, de desgoverno, parece que não fazem a mínima ideia do que é que andam a fazer. E pelos resultados, não sabem mesmo. Pergunto: Tanto estudo para quê? Tanta licenciatura para quê? Tanto mestrado para quê?

 

Está a humanidade condenada pela sua natureza a sobreviver de corrupção, ou isto é mais simples?

 

Questiono-me muito, mas eles é que recebem 90 mil euros por mês (mais do que um ser humano necessita para sobreviver, viver e curtir. O meu pai controlou muita máquina e fez muitas casas, mas teve de sobreviver com 500€. Faltou-lhe jeito para especular e fazer de conta. E como ele muitos).

 

Na realidade, sou apenas uma inconformada? Quero acreditar que não.

 

Eu não sou contra o dinheiro, e quem o ganha. Eu acho que o dinheiro é uma excelente solução para essa necessidade de fazer trocas, que os humanos padecem. Eu acho que quem trabalha deve ser recompensado por isso. O que eu não concordo é que em vez de um mercado de trocas, a nossa sociedade tem um mercado de especulações (bruxas e adivinhos dos tempos modernos).

Esse tipo de mercado tem provado ser adubo para a corrupção (por uma lado gastamos a combatê-la e pelo outro alimentamo-la). Essa forma de fazer dinheiro, sem que exista um real valor e apenas uma tentativa de adivinhar o futuro, é o que permite que tipos irresponsáveis e incompetentes com provas reais de incompetência (e até má fé) possam ser ressarcidos com pensões de 90 mil euros e retroactivos.

 

Num mundo minimamente justo (estou a sonhar), a riqueza/dignidade seria mais distribuída e a honestidade e trabalho reconhecidos. Ou se não fossem justamente reconhecidos, pelo menos não recompensaríamos a incompetência evidente da forma como o fazemos.

 

“Este mundo não é justo. Este mundo fomos nós que o construímos. Nós não somos justos.”

 

E o tempo passa, a Terra gira, o planeta como órgão vivo que é, vai-se alterando, e nós continuamos a "dançar a mesma música": enriquecer a uns em detrimento de outros, apoiados pela geral falta de valores, sabendo que a bolha rebenta sempre. Mas como não temos data certa, esperamos pelo rebentar da bolha como esperamos pela morte “Há-de chegar, até lá…”

 

10 milhões de habitantes a sustentar meia dúzia de incompetentes, este é hoje, o retrato do nosso Portugal.

Queremos continuar a ser retratados desta forma no Futuro?

É verdade, não somos especuladores.

 

 

 

 

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