Mulher Livre
Nesta luta pela igualdade de género, sinto que os verdadeiros oponentes não são os homens e sim as "mulheres não livres". Sinto que mais que uma luta pela igualdade, se trava uma luta pela liberdade.
Eduardo Galeano escreveu um texto que se chama "A mulher sem medo" onde descreve que o homem que mata uma mulher alegando que era sua propriedade, na realidade grita "matei-a porque lhe tinha medo".
E acredito que é esse mesmo medo, que leva a que as "mulheres não livres", tentem impedir as outras de o serem.
Ser livre, assusta, porque implica responsabilizar-se. E muitas por educação, por forma de vida, por amarras, por medo, não querem ultrapassar determinadas fronteiras, porque isso vai implicar terem de se responsabilizar por si mesma.
Então, numa tentativa de evitar que esse mundo desconhecido da liberdade se aproxime, tentam impedir qualquer outra que se mostre livre.
Os ataques são feitos de todos os lados:
- Se uma mulher se mostra sexualmente livre e bem resolvida, as puritanas apontam o dedo;
- Se uma mulher se mostra capaz de executar uma tarefa antes apenas executada por homens, logo é apontada de pouco feminina;
- Se uma mulher decide não ter filhos e dedicar a sua existência a outros projectos, um dedo feminino logo é apontado dizendo que isso é antinatural e que dessa forma nunca se vai realizar como mulher;
- Se uma mulher decide ter parceiros diversos, o dedo levanta-se e diz "puta";
- Se uma mulher não se dedica à cozinha, logo dirão que não é completa;
- etc...
Apoio a igualdade de género, acreditando que homens e mulheres não são iguais. Confuso? Para mim, igualdade de género, é igualdade de oportunidades e respeito pelas liberdades de todos, independentemente do género, da cor, da condição social, etc... porque apenas respeitando a liberdade alheia podemos exigir respeito pela nossa.
Mas, homens e mulheres não têm um papel igual na natureza, apenas partilham a mesma capacidade de escolha.
Por exemplo, homens e mulheres não vivem a sua sexualidade da mesma forma, o que não quer dizer que uma das partes se tenha que limitar.
Ou, as mulheres têm a capacidade de pocriar e nessa altura precisam de contenção, o que quer dizer que os parceiros vão cumprir diferentes papeis na relação, apesar de o objectivo ser o mesmo. Mas os dois têm de ter direito a escolher estar ou não nessa situação e, se assim for, os dois têm direitos e deveres, não é apenas um papel a ser exercido pela mulher.
Existem muitas situações neste assunto que poderiam ser alvo de uma observação, mas no fundo o que eu queria dizer é que o monstro maior não é o machismo, eu acredito que o monstro maior nesta luta é o femimachismo.
Uma mulher com medo de ser livre a educar as futuras gerações é ainda muito assustador.
Temo que o tempo das femimachistas esteja a chegar ao fim, porque a liberdade vai-se impor como sempre o fez ao longo dos séculos (devagarinho), mas até isso ocorrer o monstro a combater é a "mulher com medo", com medo a ser livre!