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Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Amamentar em público 2021

Ano 2021, já contamos com mais de vinte séculos de história depois de Cristo e, continua a existir algo que não nos permite evoluir de todo, no bom sentido.

Uma mãe foi agredida por uma senhora por estar a amamentar o filho num local público. Isto não ocorreu no terceiro mundo, isto aconteceu numa cidade dita evoluída do aclamado primeiro mundo. Podem ler a notícia aqui.

Contudo deixo-vos um resumo: Em Bordeaux (França), Maÿlis foi recuperar uma encomenda e o seu bebé recém-nascido acompanhou-a. A criança chorou de fome enquanto ela esperava a sua vez. Depois de ter tentado acalmar a criança sem resultado, resolveu abrir a camisa desenhada para o efeito e amamentá-la. Esse, simples e natural, gesto fez uma senhora sentir-se no direito de lhe gritar e agredi-la, sem que nenhum dos presentes movesse um dedo para a apoiar e ajudar. Humilhada e com uma criança nos braços, Maÿlis voltou para casa sem reagir. Porém não se calou e ainda bem!

AMAMENTAR.JPG

O método natural de alimentação de um recém-nascido foi o suficiente para uma mulher agredir outra. O facto de ninguém ter reagido em apoio à mãe agredida, colabora para que na cabeça da agressora esse direito de interferir na amamentação de uma criança publicamente se solidifique.

Parece que socialmente ter uma criança a chorar com fome, quando o alimento está pronto e disponível, é mais aceitável que exigir que adultos "civilizados" controlem os seus instintos animais. Exigir controlo a uma criança acabada de nascer e a uma mãe, com noites mal dormidas e um corpo em recuperação, parece mais plausível para alguns, do que exigir a adultos educados e civilizados que se controlem.

 

Tudo vale, desde que, aquele que se tenha de controlar não seja eu. O outro, mais fraco e frágil, que se ocupe de conter aquilo que eu não consigo! Essa parece ser a premissa que nos guia socialmente.

Sinceramente às vezes tenho dificuldade para entender este processo educativo-civilizatório que nega os processos naturais da espécie, como comer, beber água, amamentar, urinar, etc... Criámos todo um teatro para fazer uma simples refeição, proibimos funcionários de ir à casa-de-banho, as crianças são impedidas de beber água nas escolas para não usarem as casas-de-banho com frequência, os turistas são convidados a visitar grandes cidades sem que as infra-estruturas básicas sejam disponibilizadas (não sei se isso acontece em todo o lado, mas a título de curiosidade, em Paris é difícil encontrar uma casa-de-banho, mesmo em espaços públicos, porque segundo eles a manutenção destas é muito cara), as mulheres são agredidas por alimentarem os seus filhos discretamente na rua.

É difícil, para mim, entender onde está a ofensa no facto de uma mulher amamentar publicamente!

É complicado compreender "o porquê" de termos de ser nós a evitar o comportamento natural da espécie para que o comportamento "animal" dos outros seja contido, quando na realidade devia ser o outro a domesticar o animal que leva dentro.

A violência só será contida quando as pessoas forem ensinadas a autocontrolar-se respeitando o outro na sua plenitude e liberdade, porque este método de impor comportamentos antinatura para controlar a violência alheia já leva milénios a provar que não funciona. Para ensinar o RESPEITO é preciso praticá-lo e na educação o exemplo é rei. Por isso mesmo, quando formos espectadores de situações como a que ocorreu a esta mãe, não devemos olhar para o lado. Calar é apoiar e solidificar um comportamento que precisa ser repensado e mudado. 

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