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Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Aerdna no Mundo?

A definição da palavra "mundo", não é restrita. A minha preferida, engloba os vàrios conjuntos de realidades concretas e imaginadas. Aqui veremos o mundo pela escrita de Aerdna.

Desafio Natalício com atraso (mas Natal é quando o Homem quer!).

A Marta do blog marta-omeucanto desafiou-me, mais uma vez, para responder a um grupo de perguntas sobre a forma como encaro o Espírito Natalício. Respondo com algum atraso, porque andei entretida a viver as festas deste final de ano 2015.

 

Durante muitos anos trabalhei no comércio e confesso que isso contribuiu para que tivesse perdido o sentido a estas festas. Chegava tão cansada, mas tão cansada a estas datas que queria que passassem rápido para ir dormir, e voltar a uma rotina “normal”. A chegada do meu filho veio-me fazer repensar tudo, veio-me obrigar a colocar uma série de coisas no sítio e com o tempo (e depois de me despedir do antigo emprego) o Natal voltou a fazer sentido.

 

Continuo sem gastar este mundo e o outro no Natal, talvez uma sequela de ter trabalhado tanto tempo no comércio e ter assistido, em primeira fila, à forma louca como as pessoas ficam nesta altura, para conseguir coisas que facilmente conseguem noutras alturas do ano sem enfrentarem filas, sem enfrentarem faltas de stocks, sem enfrentarem funcionários exaustos, sem hipotecarem meses de renumerações em créditos, etc…

Mas, voltei a entusiasmar-me com a reconstrução da árvore de Natal, os postais escritos a dois para enviar para familiares e amigos (o pequeno também já ajuda), a revisão de roupas e brinquedos que possam ser doados e reaproveitados por outros (ajuda e evita que continuemos a estragar o planeta com tanta produção de lixo e consumo de coisas novas inúteis), com o dia passado na cozinha (apesar de onde vivo actualmente a grande maioria compra os menus prontos para colocar na mesa, e passa o dia entre aperitivos e conversas), a noite de conversas mesmo que sejam através do telefone e Skype (sinais da modernidade e das distâncias), a expectativa do pequeno que já não acredita no Pai Natal apesar dos seus recentes 6 anos, as histórias de família sacadas do baú das lembranças e partilhadas para que a nova geração perceba de onde vem e como chegamos aqui, e etc…

O Natal voltou a ter sentido!

 

O desafio:

  1. Natal com frio ou calor?

Neve.jpg

 

Talvez seja uma ideia vendida pelo cinema americano que acabei por comprar, mas o Natal para mim ganha magia com o frio, a neve e as lareiras acesas. Na altura em que neva o frio torna-se seco e é mais suportável que o frio húmido das chuvas. Sair nestas alturas para construir um “bonhomme de neige”, fazer um “ange dans la neige”, atirar bolas de neve uns aos outros ou simplesmente apreciar a paisagem vestida de branco, é divertido para pequenos e graúdos. Nunca experimentei um Natal quente, talvez nessa altura mude de opinião.

 

  1. O Natal deve ser uma época de sentimentos, emoções, amor e harmonia familiar, mas é também indissociável da palavra "presentes". Qual o melhor e o pior presente, recebidos até hoje?

Nunca recebi um “pior presente”. Nunca.

E da secção “presentes”, existem três que me ficaram na lembrança não pelo que eram, mas pelo que significaram. Venho de uma família “pobre trabalhadora”, por isso apesar de nunca ter faltado nada do essencial, o que não o era tinha de ser muito bem pensado antes de ser investido.

O primeiro foi-me dado aos dois anos, numa viagem a Espanha (a minha avó organizava excursões). Não me lembro quando me deram, mas lembro-me da sensação de perda quando a minha irmã mais nova a destruiu. Era uma boneca cor de chocolate com cabelos negros carapinha do tamanho de um bebé real que não fazia nada especial, mas que eu brincava e guardava como se fosse um tesouro. Se tenho pena de ter perdido algo material nesta vida, foi essa boneca.

Video do Canal Youtube "cruxices".

O segundo que pedi durante uns dois anos aos meus pais devia ter uns 7 anos, foi uma máquina de escrever: a “Petite” da Concentra. A publicidade fascinava-me. Um Natal, a desembrulhar o papel, descobri que o Pai Natal me tinha cumprido o desejo. Fiquei muito feliz. Durou pouco. Uns dias depois o brinquedo estava estragado e inutilizado devido à sua falta de qualidade e à minha falta de jeito. Senti-me desiludida frustrada, de tal forma que ainda hoje recordo.

 

O terceiro custou mais a ser realizado. Nessa altura, eu passava as minhas tardes de casa em casa a brincar. E uma das minhas amigas acabada de chegar do Canadá, naquela altura, tinha a Barbie, o Ken, o filho, o cachorro, o guarda-roupa e sei lá que mais. Passava tardes e tardes esquecidas a brincar na casa dela com estas bonecas e os seus mil acessórios. Pedi durante anos ao “Pai Natal” que me desse uma boneca destas e ele realizou-me o desejo já eu tinha 11 anos. Quem acabou por brincar com ela foi a minha irmã mais nova.

 

Acho que os presentes da minha infância acabaram por me ensinar que são demasiado perecíveis para lhes dar demasiada importância. Não sou de acumular coisas na vida, mas guardo flores secas colhidas em passeios especiais, fotos, bilhetinhos como se fossem tesouros. E fico mais triste se essas coisas únicas para mim se perderem, do que se estragar a torradeira ou o esquentador, porque esses facilmente se substituem.

 

  1. Jantar de Natal - Bacalhau, Peru ou outro?

Por tradição, tento sempre ter bacalhau na mesa no jantar da consoada. Normalmente, o tradicional bacalhau cozido com batatas, couves e ovos (muito saudável, para depois cometer todos os pecados na mesa dos doces). Mas, se vier o meu cunhado que odeia bacalhau, aparece também na mesa o polvo. Ou seja, o cardápio vai sendo adaptado à vontade dos convivas da mesa.

Agora, como estamos noutras terras vamos também ganhando outros hábitos, mas continuo a tentar manter o bacalhau na mesa (o meu filho também gosta).

 

  1. Lareira ou aquecedor?

A lareira tem um toque especial, porque me leva directamente às memórias da minha infância onde a lareira era uma presença constante. O café de borras era preparado pela minha avó à lareira, o meu pai fazia a melhor sopa de feijão do mundo à lareira, as castanhas eram assadas na lareira da cozinha velha e adorava ver o sal a estalar, … A lareira para mim tem a sua magia. Actualmente tenho de me contentar com os aquecedores, porque onde vivo não temos lareira.

 

  1. O filme de Natal?

Inevitavelmente, recordo o “Sozinho em casa”. Talvez pelas constantes repetições televisivas, numa altura em que não tínhamos muitas alternativas. De pequena, recordo os “Marretas”, “Um conto de Natal” com o Tio Patinhas e o Mickey, “Música no coração”, “O feiticeiro de Oz” (que me dava medo, hoje não sei porquê!), … O meu filho vê esses mesmos filmes e outros que de momento não recordo, os filmes da Disney e da Pixar, etc… E ao contrário de mim assiste-os em 2 idiomas. A tv aberta do país onde me encontro tem uma oferta muito boa de filmes nesta altura.

 

  1. Bolo-rei ou Bolo Rainha?

Bolo-rei, mas tiro-lhe as frutas cristalizadas de cima.

 

  1. O melhor do Natal?

Creio que respondo a essa pergunta logo na introdução, mas vou acrescentar:

O melhor do Natal, é que as pessoas na sua grande maioria voltam a recordar que existe mais gente para lá delas mesmas. Durante o ano, andam sobrecarregadas de responsabilidades e qualquer momento é para prazer próprio, nesta altura voltam a recordar a avó que vive sozinha, a prima com quem não falam desde o último natal, mandam mensagens a amigos “esquecidos”, … São pequenos gestos, mas que acredito contribuem para que não caiamos na “individualidade” doentia.

Pena é que esta época do ano tornou-se tão pesada de trabalho para uns e tão consumista para outros que esses pequenos momentos de recordação e convívio tendem a ser cada vez menos.

Tenho esperança que da mesma forma que eu recuperei desse torvelinho de stresses natalícios, outros também o façam e recuperem o real espírito da época e quiçá depois possamos sonhar em alargá-la ao restante ano, década, século, Era, Eternidade, … (Fica como desejo de Ano Novo!).

 

Não vou desafiar ninguém, mas convido quem quiser a responder. É um bom exercício!

Como sempre a minha capacidade de síntese apresenta falhas graves, mas espero ter estado à altura do desafio. Muito Obrigada Marta, por se lembrar de mim para as suas actividades. Desejo-lhe um Ano 2016 cheio de sucessos e carregado de desejos cumpridos.

Aproveito e alargo este desejo a todos os que me lêem: Sejam felizes. Fiquem bem! 

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