"... o que acaba com o ódio é o amor." O amor dos pais pelos filhos é dos amores maiores..., utilizemo-lo, por favor!
Imagem no Poesiências.
A frase é velha e foi testada inúmeras vezes na história mas, os Governos continuam a apostar em respostas "militares" em vez de educação para a tolerância.
Como os Governos fazem o que todos nós permitimos, terei de dizer que somos nós que continuamos a tentar defendermo-nos com armas e portas trancadas em vez de apostarmos em educação para a aceitação da diferença.
E aceitar a diferença e ser apoiante da liberdade não é permitir tudo, é apenas permitir tudo o que não prejudique os outros no seu direito à dignidade.
Ser negro não prejudica ninguém (apesar de ser usado para prejudicar o negro ), Rezar a diferentes Deuses também não prejudica ninguém, Amar livremente o outro não prejudica ninguém, Usar roupa curta não prejudica ninguém (os que vêem é que têm de se controlar para isso se chamam civilizados, de outra forma não merecem o título), Andar de saltos altos não prejudica ninguém (a não ser as costas de quem os usa), Andar descalço idem, etc...
O que prejudica os outros são as negociatas que roubam até o pão da mesa e retiram a possibilidade de uma sobrevivência digna, o que prejudica é empunhar uma arma para matar inocentes, o que prejudica é condicionar a liberdade do outro apenas porque nos dá jeito e o nosso ego o ordena, o que prejudica é negar o acesso a uma educação de qualidade onde a teoria e experiência se unem e o respeito não falta, etc...
Acho que a linha que divide o que é viver em liberdade e o que é cair em excessos não é assim tão complicada de desenhar, inclusive a maioria das leis criadas definem bem esses limites, os interesses que chegaram depois é que os deturpam.
Estamos numa fase complicada onde se tentam ultrapassar limites em nome de uma suposta PAZ que todos sabemos, ou pelo menos intuímos, não tem a forma que nos desenham.
Por exemplo, na minha experiência pessoal, os árabes que vivem perto de mim, fazem exactamente as mesmas coisas que eu: compram no supermercado, levam as crianças à escola, passeiam calmamente nos parques, levantam-se cedo para ir trabalhar, alguns dizem-me "bom dia" e outros não (os portugueses e franceses é a mesma coisa), esperam pacientemente na sala de espera do médico, etc...
Mas, se eu abrir um jornal ou uma rede social o que eu vejo são "verdadeiros monstros", que por uma ideia religiosa matam e esfolam. Ao mesmo tempo, vejo os Governos aumentarem os Orçamentos Militares praticamente sem nenhuma contestação social. E pergunto-me: qual dos dois "mundos" está bem? O real (que vejo e observo com todos os meus sentidos) ou o da comunicação social? Em qual destes dois mundos os Governos se deviam apoiar para tomar decisões militares, como as que estão a tomar. Sair às ruas, não é uma opção?
Não há dúvidas que todos queremos viver em Paz e segurança, e reforço a palavra TODOS (apesar das diferenças que possam ser observadas, o desejo de viver em Paz é comum).
A história conta-nos que optar pelo confronto (o dito "ódio" que o Buda fala) apenas nos leva à destruição dos dois lados das trincheiras e a um novo recomeço. Quantos recomeços mais vão ser precisos à Humanidade para que perceba que em caso de conflito o Orçamento que tem de ser reforçado é o da educação?
Não vou ser injusta, ou pelo menos tentar. A França claramente reforçou o Orçamento Militar, prejudicando outras áreas da vida social, mas nota-se um esforço de "relembrar a TODOS" os valores sociais que estão na base da sociedade francesa que conhecemos. Isso é um passinho, mas é andar na direcção correcta, no meu ponto de vista.
E era aqui que a França e as outras nações deviam apostar: na educação. Devia haver um trabalho de reavaliação dos sistemas de educação. Se calhar o que actualmente se faz, que é compartimentar segmentos educacionais e dividi-los, está errado? A educação social começa em casa mas é testada em ambiente escolar, então a escola não se pode limitar a ensinar matemáticas e ciências, também tem de cuidar dos ambientes como os recreios, as cantinas, os corredores, etc... As famílias, também têm de se esforçar para estar presentes, para permitir não sou a teorias das regras de educação social mas, também criar situações onde a crianças as possa colocar em prática e testá-las, por exemplo, com jantares de família, lanches de amigos, piqueniques, visitas ao museu, nas compras e etc... E os Governos, devem criar as regras que forem precisas para que isso seja possível e deixarem de ser umas meras marionetas do poder capitalista.
Ninguém come dinheiro e não vale a pena gastar existências em pleno ódio por ele.
Nos meus ambientes de trabalho existia sempre a máxima "é preciso largar os paradigmas para encontrar novas formas de fazer as coisas" e acho que a devemos aplicar a vida: a humanidade vive há milénios em função das trocas comerciais, não existe uma forma de colocarmos finalmente as trocas comerciais a trabalhar pela nossa qualidade de vida? (A de TODOS).
Como não acredito em impossíveis e acho que tudo tem resposta, até quando não a estamos a ver, eu acredito que a solução anda por aí e só não a descobrimos ainda porque deixamos que o nosso Medo seja maior que a nossa vontade de viver em Paz.
Acalmemos o medo e eduquemos. Coloquemos todo o nosso esforço nisso. Imaginam o resultado? Os pais que procuram informação e se educam, para educar e passar BONS conhecimentos aos filhos, que depois continuarão a corrente. Conseguem visualizar o resultado?
Seria algo como nos diz a frase que ilustra e deu origem a este texto: "... o que acaba com o ódio é o amor." O amor dos pais pelos filhos é dos amores maiores que conheço, utilizemo-lo, por favor!