Finalmente um discurso SENSATO no que diz respeito aos refugiados...
Imagem no "Blog do Professor Gilbert".
A chanceler alemã Angela Merkel numa intervenção no dia 30.01.2016 chamou a atenção para o seguinte:
“Confrontada com as críticas cada vez mais virulentas sobre a sua política de asilo, Angela Merkel declarou este sábado 30 de Janeiro numa reunião com os membros do seu partido, a CDU, que ela espera que a maior parte dos refugiados que chegam à Alemanha, voltem para seus respectivos países, a médio prazo, sobretudo quando a paz voltar à Síria.
A chanceler, que abriu a porta grande para os requerentes de asilo no ano passado, mas é objecto de crescentes críticas a este respeito, fez referência aos refugiados da ex-Jugoslávia na década de 1990, que segundo ela cerca de 70% repetiram a viagem na direcção oposta após o fim da violência nesses países.
"Esperamos que, quando retorne a paz na Síria, quando o Estado islâmico for derrotado no Iraque, eles retornem ao seu país de origem, munidos dos conhecimentos que adquiriram connosco", disse a Chanceler.” - No MSN Actualité.
O trecho deste texto no original:
“Confrontée à des critiques de plus en plus virulentes sur sa politique d’asile, Angela Merkel a déclaré samedi 30 janvier lors d’une réunion avec des membres de son parti, la CDU, qu’elle s’attendait à ce que le gros des réfugiés qui affluent en Allemagne retournent dans leurs pays respectifs à moyen terme, notamment une fois la paix revenue en Syrie.
La chancelière, qui a ouvert grand la porte aux demandeurs d’asile l’an dernier mais fait l’objet de plus en plus de critiques à ce sujet, a fait référence aux réfugiés venus d’ex-Yougoslavie dans les années 1990, dont selon elle 70% ont refait le voyage en sens inverse après la fin des violences dans ces pays.
«Nous nous attendons à ce que, quand la paix sera revenue en Syrie, quand l’Etat islamique sera vaincu en Irak, ils retournent dans leur pays d’origine, munis du savoir qu’ils auront acquis chez nous», a affirmé la chancelière.” – No MSN Actualité
Creio que este é o caminho.
Neste momento precisamos estender a mão, ajudá-los a preservar a vida e alguma dignidade e a Europa não pode continuar a fazer birra e a empurrar responsabilidades, colocando tanto a vida deles em risco, como os nossos valores e credibilidade que levaram séculos de lutas para se estabelecerem.
Precisamos ajudar tanto no nosso território como no deles a tentar repor a paz.
Depois, na calmaria tomam-se as decisões legais que tiverem de ser tomadas, para o bem de todos. Perante uma situação de emergência actua-se, depois discute-se.
Imaginem-se acidentados numa estrada. Estão sem nada e muito feridos, a única hipótese que têm para receber ajuda é aquele socorrista que passou naquele momento. Agora imaginem se ele em vez de vos ajudar e levar para o hospital, resolve primeiro saber quem são vocês, o que é que estavam ali fazer, e porque é que se despistaram? Sem vos deixar usar o fio de voz que ainda vos resta, ele mesmo responde às suas próprias questões: “Para estarem neste estado aqui e a estas horas, vinham a grande velocidade. E se vêm a grande velocidade é porque não respeitam as regras. Quem não respeita as regras é um perigo para si mesmo e para os outros. Se calhar faço mal eu ajudar gente deste tipo. È melhor ficar quietinho, e eles que façam como puderem, do que depois ter de carregar com a morte de alguém inocente, vítima da velocidade destes loucos que não cumprem regras simples, como limitar a velocidade.” E limpando assim a consciência para a sua “não ajuda”, o vosso socorrista vai-se embora e leva com ele a vossa última esperança.
Se calhar este exemplo é exagerado, mas é assim que eu vejo a Europa comportar-se!
Adaptar-se a um novo país, minimamente parecido com o nosso culturalmente é difícil, e só alguns o fazem por gosto. Sei do que falo, porque falo por experiência. Adaptar-se a um país completamente diferente, com outra cultura, com outra gastronomia, com outro idioma, sem a família e amigos é tremendamente difícil. Tenho a certeza que a maioria assim que puder vai voltar às suas origens. E desta vez, com mais conhecimentos que impulsionem a sua vida e ajudem a desenvolver o seu país. Quiçá com valores mais humanistas (que esperemos não sejam cópia dos actuais exemplos europeus).
Este tipo de discurso, parece-me o que a Europa deveria ter tido, desde que se apercebeu que não se poderia conter esta desgraça sem a nossa intervenção! Veio tarde, espero que tenha vindo a tempo.
Esta Europa solidária, que ajuda e instrui é a minha Europa.
Com a actual, que ameaça países constantemente, que tenta ganhar com a desgraça alheia sem dó nem piedade, eu não me identifico.